A descida para o Mosteiro faz-se por caminho organizado que na parte final mostra um lajeado muito antigo e algo irregular.
Lá em baixo, junto ao pequeno rio, em local de grande beleza e isolamento, encontramos o Mosteiro que foi fundado no século IX e desenvolvido no século XII pelo então Bispo do Porto, D. Pedro Pitões ( o apelido foi adoptado por ter nascido na zona). Para o local que é, surpreendeu-nos a dimensão, a imponência da fachada, a bonita rosácea na entrada , as arcadas do claustro e dimensão da cozinha. Os frades buscavam a santidade mas no seu percurso deviam ter os mesmos apelos da carne que os outros mortais...e naquele local a comida tinha de certeza um sabor celestial.
Pena foi o incêndio que o destruiu no século XIX e do qual nunca mais recuperou. O local merecia mais do que uma memória.
Depois, continuamos o percurso em direcção à Cascata com uma ligeira subida, seguida de uma descida de grande pendente em terreno muito irregular.
A descida para a Cascata na sua parte final é feita em escadaria de madeira terminando num varandim de onde se pode admirar o milagre da água mole em pedra dura. Dezenas de metros de queda de água que nos últimos milénios se dedicou a furar a imensa massa de granito que lhe serve de leito. Disseram-nos que se deve ver esta cascata nos momentos em que o Sol incide no rasgo aberto na pedra, provocando as gotas de água arco-íris fantásticos.
Voltamos a Pitões seguindo a indicação para o Eco Museu e que conduz directamente à aldeia. Recebidos pela prosa encantada de Miguel Torga sobre a zona e pelo azevinho de frutos vermelhos, apreciamos o tradicional e o que de moderno se tem instalado lá e que tão bem se integrou.
Depois deambulamos pela aldeia, visitando o forno comunitário e o pólo local do Eco Museu do Barroso.
No Pólo de Pitões do Eco Museu do Barroso, perpetuam-se as memórias das tradições locais no uso da terra, do amanho, preparação e tecelagem do linho e da lã. Muito importante esta memória tanto mais que algumas das tradições ali representadas já não fazem parte do dia a dia dos habitantes.
Tínhamos estado há uns anos na aldeia e da memória global dessa visita fazia parte uma pão de centeio comprado numa padaria local e depois chorado por mais. Era tarde mas fomos à procura dele e...lá encontramos a padaria e de porta aberta às 19H30! Pão centeio quentinho àquela hora. Compramos vários e voltamos a chorar por mais. Se lá passarem provem!
Já era tarde mas o mais bonito ainda estava para vir. O encantamento no fim de dia em Pitões das Júnias, com as emoções que um pôr-de-sol sempre nos despertam.
Montalegre - Centro Histórico
Ecomuseu do Barroso - Sede em Montalegre
Mapa do Percurso
Ver Trilho de Pitões das Júnias num mapa maior
Perfil do Percurso
Marcações
O percurso está marcado segundo a norma da FPCC.
Actividade: Percurso pedestre circular em Pitões das Júnias.
Local de Início: O início do percurso faz-se junto ao cemitério de Pitões das Júnias.
GPS: N41.83823 W7.94676 Altitude:1024 m
Local de Chegada: idem. ( percurso circular )
Distância Total: 6,1 Km
Tempo de realização: 02 H 47 m
Condições Específicas: Percurso fácil.
Acumulado de subidas: 268 m
Acumulado de descidas: 264 m
Pontos de Interesse
Aldeia de Pitões das Júnias, Forno Comunitário, Mosteiro, Cascata, Eco Museu.