O Planalto de Castro Laboreiro situa-se entre entre os 1.200 e os 1.300 metros de altitude, tendo um clima muito agreste nos meses de Inverno. Do meio da Primavera até meio do Outono, oferece boas condições para a alimentação do gado bovino, ovino e cavalar. Este facto contribuiu para que as populações da zona praticassem a transumância, mudando o local da habitação entre as Brandas, povoações que habitavam nos meses mais quentes, e as Inverneiras, povoações a cotas muito mais baixas onde passavam os meses mais frios.
O trilho do Planalto de Castro Laboreiro contorna o planalto bem junto à fronteira com Espanha e tem como atractivos nesta época, as cores com que se cobrem as urzes, tojos e carquejas e também importantes necrópoles megalíticas.
Iniciamos o percurso, em Portos, junto a um cruzeiro do Século XIX que abençoa todos aqueles que se vão aventurar no planalto.
O tempo ameaçava chuva mas a alegre companhia dos nossos padrinhos destas andanças dava-nos a certeza de mais um dia bem passado.
E lá fomos admirando a paisagem, as cores das urzes e dos tojos e nem os pequenos enganos no percurso estragavam a conversa. A chuva lá apareceu mostrando que vinha para ficar e ficou mesmo até ao fim, obrigando a que o almoço fosse feito debaixo de uma árvore, das poucas que se encontram em todo o percurso.
Depois do almoço continuamos em direcção à Portela do Pau, para conhecermos alguns dos monumentos funerários megalíticos aí existentes. Ficamos a pensar nos povos que escolheram este local tão isolado, tão perto do céu e dos seus deuses para depositarem os seus mortos.
Existem 62 monumentos funerários do lado português e 25 do lado espanhol. Vimos três cartazes espanhóis com informação sobre a necrópole e nenhum português. Quando é que prestamos homenagem aos nossos antepassados documentando os seus costumes...
Depois, ainda debaixo de chuva cada vez mais fria e batida a vento, descemos em direcção a Rodeiro e à nossa última aventura: visitadas as Alminhas de Rodeiro e o seu forno comunitário , dirigimo-nos ao segundo carro que de manhã tínhamos vindo lá deixar para com ele conseguirmos fechar o percurso que termina num local distinto do início. Mas o carro não estava na povoação e lá viemos em direcção a Castro Laboreiro atrás dele. Encontramo-lo uns 2 Km mais à frente, local onde por engano o tínhamos deixado de manhã . Depois de recolhermos o outro carro lá fomos recuperar forças com uma sopa com todos à moda de Castro Laboreiro.
Em resumo, 24Km percorridos em 7h num local especial, com encostas magníficas recobertas de urzes e tojos floridos mas com a paisagem fechada pelo cinzento da chuva que não nos conseguiu estragar o dia mas que lhe deu uma cor diferente daquela que procurávamos.
Marcações
O percurso não está marcado, sendo fundamental o uso de trilho em GPS ou carta militar com o trilho marcado e grande experiência no seu uso.
Pontos de interesse
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